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quinta-feira, setembro 20, 2007

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Já alguém sentiu ter fechado a porta à felicidade? Já algum de vocês magoou tanto outra pessoa, que apenas trouxe alegria e amor às vossas vidas? Já se sentiram más pessoas?

Sai de Lisboa à cerca de 10 meses… destino ilha da Madeira. Na mala levava quilos de esperança, umas quantas gramas de receio e alguns fantasmas… ia viver para uma ilha onde nunca tinha estado, onde não conhecia nada, nem ninguém.
O tempo foi passando, veio o Natal, o meu aniversário, a Páscoa, até que chegou o Verão… e com ele chegou a pessoa mais importante que já passou na minha vida. Uma pessoa linda por dentro e por fora e pela qual me apaixonei de imediato.

Dia 25 faríamos 3 meses de namoro - 3 rosas vermelhas. Eu sei que pode parecer parvoíce para muita gente, e que muitos se questionam como é que alguém pode achar que em tão pouco tempo se encontra a pessoa com quem queremos partilhar o resto das nossas vidas, mas é isso que sinto hoje. Sinto que desperdicei a oportunidade da minha vida para ser feliz e sinto também que vou ter que aprender a viver com isso.

Vivi os dias mais felizes e mais intensos da minha vida, ao lado de uma pessoa maravilhosa e que não estimei e valorizei devidamente. Não interessa entrar em pormenores, apenas sei que a nossa separação se deveu aos meus silêncios e erros consecutivos na nossa relação, à presença dos meus fantasmas que não fui capaz de partilhar, e com isso magoaei-a e a fiz-a tomar uma posição que neste momento apenas me resta respeitar.

Regressei para umas férias ao Continete as quais ainda não sei, se serão ou não, definitivas. Estou novamente em Lisboa, pensei que seria mais fácil ultrapassar a situação, mas a verdade é que não está a ser, antes pelo contrário.
Nem sei o que me vai mais no pensamento hoje, não sei definir o ar que sinto e o cheiro que respiro. É certamente um desalento sentir-me assim indefinido, não sei.... Agora, aqui sozinho em mais uma noite que se avizinha longa e de certo modo dolorosa, não tenho o que fazer a não ser percorrer até aos mais infinitos pensamentos, até à mais profunda visão enublada dos dias que por mim passam a fugir, sinto o cheiro da solidão, sinto a agonia de um grito abafado que me sai do coração… um grito onde estão contidas todas as palavras que te tinha para dizer e não fui capaz de o fazer, talvez por medo, egoísmo ou por causa dos fantasmas que me atormentam… esses malditos fantasmas!

Nestes dias visito o meu refúgio da Serra de Sintra, um dos meus locais preferidos que ficamos de partilhar nestas férias, vejo-me a mim a olhar para o infinito.... Sinto uma mão que me puxa, sinto as vibrações de um grito que chama por mim, sinto pânico nessa mão, nesse grito! Não me é desconhecido esse grito, esse toque de mão, sinto um perfume.... meu Deus! Sou eu! Sou eu que me procuro, sou eu que estou em pânico por não me conseguir encontrar neste mundo, que pânico, que solidão.... eu estou perdido a tentar encontrar-me!!

Eu pensava que já tinha feito algumas asneiras na minha vida, e todos nós erramos, pois é como se diz “errar é humano”, mas nunca tinha fechado a porta à felicidade, felecidade essa que tu trazias contigo para a minha vida.

Porquê pergunto? Será que sou má pessoa…Esta questão persegue-me desde esse dia, parece que tudo em que me meto ou que faço corre sempre mal, para além de que ultimamente é desilusão atrás de desilusão...
Um dos meus lemas sempre foi que tudo aquilo que recebemos é o reflexo daquilo que fizemos, ou seja, se somos más pessoas mais tarde ou mais cedo temos o nosso castigo, e se somos boas pessoas teremos a nossa recompensa. E após tudo isto eu penso seriamente que devo ser uma pessoa horrível!

Para ti guardo as últimas palavras deste texto, mesmo sabendo que as probabilidades de as vires a ler são mínimas, fica o meu mais sincero pedido de desculpas por toda a dor e desilusão que te possa ter causado, no entanto nunca te irei deixar de amar...