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sexta-feira, setembro 28, 2007

Regresso ao Atlântico

Hoje deixo aqui um agradecimento especial a todos os que estiveram comigo nestes últimos dias e que de uma forma ou de outra me fizeram sorrir ou fizeram chorar - porque chorar nem sempre é mau, ajuda muitas vezes a lavar a alma.

Assim, de alma lavada, regresso a uma ilha que já faz parte de mim e, mesmo não sabendo o dia de amanhã - pois ninguém sabe - fará sempre parte da minha vida e das minhas memórias. Como homenagem à ilha fica uma letra de uma canção talvez não muito conhecida de Pedro Abrunhosa, mas a qual eu gosto bastante...



Vista do cabo Girão



Como uma ilha

Tu és todos os livros,
Todos os mares,
Todos os rios,
Todos os lugares.
Todos os dias,
Todo o pensamento,
Todas as horas
O teu corpo no vento.


Tu és todos os sábados,
Todas as manhãs,
Toda a palavra
Ancorada nas mãos.
Tu és todos os lábios,
Todas as certezas,
Todos os beijos
Desejos, princesa.

Como uma ilha,
Sozinha...


Prende-me em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra
Como fogo na mão,
Como vou esquecer-te,
Como vou eu perder-te,
Se me prendes em ti,
Agarra-me ao chão,
Como barcos em terra,
Como fogo na mão,
Como vou eu lembrar-te
Se a metade que parte
É a metade que tens.

Tu és todas as noites
Em todos os quartos,
Todos os ventos
Em todos os barcos.
Todos os dias
Em toda a cidade,
Ruas que choram
Mulheres de verdade.
Tu és só o começo
De todos os fins,
Por isso eu te peço
Fica perto de mim.
Tu és todos os sons
De todo o silêncio,
Por isso eu te espero
Te quero e te penso.

Como uma ilha,
Sozinha...


Vou novamente para longe de casa, da casa que sempre conheci em busca de um sonho. Um sonho complicado e talvez injusto para quem eu amo e que deixo em Lisboa mas eles sabem que é um "mal" necessário. Porque eu não vou desistir até porque


"A vida não é feita de memórias, mas as memórias fazem parte da nossa vida.."



flor... jardim do Monte


Beijinhos e abraços e até já ;)

segunda-feira, setembro 24, 2007

A Árvore dos Meus Amigos

Existem pessoas na nossa vida que nos deixam felizes pelo simples facto de se terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo.


Aveiro

Há muitos tipos de amigos. Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles. O primeiro que nasce da raiz é o amigo pai e o amigo mãe. Mostram o que é ter vida. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem. Mas o destino apresenta-nos outros amigos, os quais não sabíamos que se iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros. Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz... Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então passa a chamar-se de amigo namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.


Farol da Barra

Também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto. Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra. O tempo passa, o verão acaba, o Outono aproxima-se, e perdemos algumas das nossas folhas. Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria. Lembranças de momentos maravilhosos enquanto se cruzavam com o nosso caminho.

O mar - desculpa amiga não resisti

Desejo-te, folha da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade... Hoje e Sempre... simplesmente porque: "Cada pessoa que passa na minha vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de mim. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso".


O verdinho - falta aqui a vermelhinha :P


Texto retirado da net e foto "frescas" tiradas ontem... num dia passado com duas"folhas" lindas da minha árvore. Beijinhos e abraços a todos o que aqui passam e beijinhos grandes e breves para essas duas folhas tão especiais da minha árvore.
Quanto ao meu futuro e depois de acentar algumas ideias, apesar de muitas dúvidas e incertezas que permanecem nesta cabeça (quem as não tem), ele vai prosseguir na ilha muito em breve... porque "Vamos aprendendo a viver a vida à medida que o tempo passa"...

quinta-feira, setembro 20, 2007

...

Já alguém sentiu ter fechado a porta à felicidade? Já algum de vocês magoou tanto outra pessoa, que apenas trouxe alegria e amor às vossas vidas? Já se sentiram más pessoas?

Sai de Lisboa à cerca de 10 meses… destino ilha da Madeira. Na mala levava quilos de esperança, umas quantas gramas de receio e alguns fantasmas… ia viver para uma ilha onde nunca tinha estado, onde não conhecia nada, nem ninguém.
O tempo foi passando, veio o Natal, o meu aniversário, a Páscoa, até que chegou o Verão… e com ele chegou a pessoa mais importante que já passou na minha vida. Uma pessoa linda por dentro e por fora e pela qual me apaixonei de imediato.

Dia 25 faríamos 3 meses de namoro - 3 rosas vermelhas. Eu sei que pode parecer parvoíce para muita gente, e que muitos se questionam como é que alguém pode achar que em tão pouco tempo se encontra a pessoa com quem queremos partilhar o resto das nossas vidas, mas é isso que sinto hoje. Sinto que desperdicei a oportunidade da minha vida para ser feliz e sinto também que vou ter que aprender a viver com isso.

Vivi os dias mais felizes e mais intensos da minha vida, ao lado de uma pessoa maravilhosa e que não estimei e valorizei devidamente. Não interessa entrar em pormenores, apenas sei que a nossa separação se deveu aos meus silêncios e erros consecutivos na nossa relação, à presença dos meus fantasmas que não fui capaz de partilhar, e com isso magoaei-a e a fiz-a tomar uma posição que neste momento apenas me resta respeitar.

Regressei para umas férias ao Continete as quais ainda não sei, se serão ou não, definitivas. Estou novamente em Lisboa, pensei que seria mais fácil ultrapassar a situação, mas a verdade é que não está a ser, antes pelo contrário.
Nem sei o que me vai mais no pensamento hoje, não sei definir o ar que sinto e o cheiro que respiro. É certamente um desalento sentir-me assim indefinido, não sei.... Agora, aqui sozinho em mais uma noite que se avizinha longa e de certo modo dolorosa, não tenho o que fazer a não ser percorrer até aos mais infinitos pensamentos, até à mais profunda visão enublada dos dias que por mim passam a fugir, sinto o cheiro da solidão, sinto a agonia de um grito abafado que me sai do coração… um grito onde estão contidas todas as palavras que te tinha para dizer e não fui capaz de o fazer, talvez por medo, egoísmo ou por causa dos fantasmas que me atormentam… esses malditos fantasmas!

Nestes dias visito o meu refúgio da Serra de Sintra, um dos meus locais preferidos que ficamos de partilhar nestas férias, vejo-me a mim a olhar para o infinito.... Sinto uma mão que me puxa, sinto as vibrações de um grito que chama por mim, sinto pânico nessa mão, nesse grito! Não me é desconhecido esse grito, esse toque de mão, sinto um perfume.... meu Deus! Sou eu! Sou eu que me procuro, sou eu que estou em pânico por não me conseguir encontrar neste mundo, que pânico, que solidão.... eu estou perdido a tentar encontrar-me!!

Eu pensava que já tinha feito algumas asneiras na minha vida, e todos nós erramos, pois é como se diz “errar é humano”, mas nunca tinha fechado a porta à felicidade, felecidade essa que tu trazias contigo para a minha vida.

Porquê pergunto? Será que sou má pessoa…Esta questão persegue-me desde esse dia, parece que tudo em que me meto ou que faço corre sempre mal, para além de que ultimamente é desilusão atrás de desilusão...
Um dos meus lemas sempre foi que tudo aquilo que recebemos é o reflexo daquilo que fizemos, ou seja, se somos más pessoas mais tarde ou mais cedo temos o nosso castigo, e se somos boas pessoas teremos a nossa recompensa. E após tudo isto eu penso seriamente que devo ser uma pessoa horrível!

Para ti guardo as últimas palavras deste texto, mesmo sabendo que as probabilidades de as vires a ler são mínimas, fica o meu mais sincero pedido de desculpas por toda a dor e desilusão que te possa ter causado, no entanto nunca te irei deixar de amar...

quarta-feira, setembro 19, 2007

Às vezes não sei quem sou...

Às vezes não sei quem sou...

Ando perdido nestas encruzilhadas que a vida me propõe... por vezes sigo mesmo o caminho errado, somente para me aperceber de que já não me é dada a oportunidade de trilhar o certo...

Aprendi que há coisas que simplesmente não estão destinadas a acontecer, enquanto outras são simplesmente inevitáveis, independentemente da minha vontade de querer ou não contrariá-las...

Quando a vida me magoa deixo que a chuva se misture às minhas lágrimas e sigo em frente... sempre em frente... uma folha jogada no vento... à mercê das suas correntes... com nada mais que uma ténue esperança de chegar a bom porto...

Este sou eu... e estas as minhas palavras... parte daquilo que fui, parte daquilo que sou... necessariamente parte do que serei... É este o meu pequeno mundo de sonhos e contradições numa ilha onde me perdi e me procuro encontrar...

quinta-feira, setembro 13, 2007

Sinto falta...

Sinto a falta do abraço que nunca pedi, do beijo que nunca roubei, do carinho que nunca te dei... sinto a falta de palavras que nunca disse, de gestos que nunca fiz, de sorrisos que são teus, mas nunca tornei meus também, sinto a falta de tudo o que não vivi...
Sinto a falta de quem podia ter sido mas já não posso... do que nunca me dei conta de querer senão agora que não posso mais recuperá-lo... sinto a falta das noites em que olhava para a lua e via o teu coração procurando o meu... agora olho para o céu e só me devolve o meu reflexo.

Se soubesses as saudades que sinto das noites que nunca passei contigo, de todos os momentos que nunca compartilhámos, de todos os poemas que não te escrevi...

Caminho junto ao mar e procuro-te onde nunca estás... Enterro os pés na escassa areia desta pequena praia e pergunto às ondas se têm notícias tuas, sinto o vento no rosto e procuro, em vão, no seu ritmo, o eco de conversas que nunca tivemos... Desfolho as páginas de um livro e pergunto-lhe se já o leste enquanto te procuro a cada linha, e me perco a cada letra...

sábado, setembro 08, 2007

Saudade e lembranças...

Podem parecer sinónimos,
ideia igual, mas são diferentes no sentir.

Lembrança é da memória, saudade é da alma.
Muitas lembranças, muitas saudades.

Lembranças surgem com um cheiro,
uma música, uma palavra.

Saudade surge sozinha,
emerge do fundo do peito onde é guardada com carinho.

Lembrança pode ser boa, mas quando não é,
pode-se afastá-la convocando outra lembrança ou convocando outro
pensamento para o lugar, ligando a TV ou lendo o jornal.

Saudade é sempre boa, mesmo quando dói
e não se apaga mesmo que outra pessoa tente ocupar o lugar vazio.
Ela pode coexistir com um novo amor, sem o magoar.

Lembrança é de algo real, de um lugar, de uma época, uma pessoa.
Saudade pode ser do que não houve, de uma possibilidade,
de lábios jamais tocados.

Lembrança pode ser contada, medida, localizada, e com algum esforço,
pode até ser calculada com uma estúpida fórmula de matemática.

Saudade é dos poetas, é pautada em rimas e melodias;
vontade de ver outra pessoa, segundo os poetas,
teria outro nome, seria uma saudade com tempero, acho eu.

Lembrança pode ser sem som, pode não doer.
Saudade jamais é sem som.
Se ela não vier com música de fundo, nos colocamos,
só para ficar mais bonita, mais linda de se sentir,
para preencher mais a alma vazia.

Lembrança vence a morte,
mas conforma-se com a ausência, respeita convenções.
Saudade ignora a morte, vence distâncias, barreiras e preconceitos.

Lembrança aceita o nosso comando, vai e volta quando queremos.
Saudade é irreverente, independente e auto-suficiente.

Lembro-me de ti e tenho saudades tuas…

terça-feira, setembro 04, 2007

Perdido na ilha... Perdido na vida...

Tenho andado desaparecido e desde já as minhas desculpas a quem por aqui passa... faz dia 11 deste mês um ano que abri este cantinho na blogesfera...

Quando tudo começou tinha um objectivo principal: acompanhar a minha vinda para a ilha, uma aventura e um desafio que resolvi abraçar aos 28 anos... aqui já deixei expresso as minhas dores, os meus sorrisos, as minhas lágrimas, as minhas alegrias e as minhas tristezas...

Já passaram quase 10 meses desde que cheguei a esta ilha maravilhosa... aqui já fiz alguns amigos (não muitos pq amigos a sério na vida não temos muitos), mas acima de tudo ao fim deste periodo de tempo o que mais me marcou foi o facto de ter conhecido uma pessoa muito especial e importante para mim.
Infelizmente as coisas não tomaram o rumo que mais desejava; infelizmente após momentos de alegria e felicidade, o rumo da felicidade deu lugar ao caminho da tristeza e da solidão... e ao que tudo indica perdi-te por culpa própria... neste momento para além de me sentir perdido na ilha (que foi como aqui cheguei), sinto-me também perdido na vida.
Não sei quando voltarei a este espaço, mas para já preciso de me fechar na minha concha e pensar bem no que vou fazer da minha vida...
Para ti, mesmo sabendo que não iras ler estas linhas que aqui escrevo, apenas deixo um beijo de saudade do tamanho do mundo e digo-te que nunca te vou esquecer e que acima de qualquer coisa desejo que sejas muito feliz...
Para os meus amigos deixo uma palavra de carinho e um obrigado muito grande por fazerem parte da minha vida, especialmente a duas pessoas que não preciso de dizer os nomes e que me têm ajudado a ultrapassar este momento de tristeza.

Quem me conhece sabe que não gosto de despedidas, por isso apenas vos digo que certamente nos iremos encontrar por ai... até já ou até sempre!!